Atualmente, o mercado de luxo brasileiro corresponde à vendas de joalheria, jatos particulares, iates e alta-costura, possui alto grau de internacionalização e vendas parceladas que acontecem principalmente em grandes cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba, comenta a pesquisadora Suzane Strehlau.
Mas afinal, o que é luxo?
É um produto de alta qualidade, com uma marca forte, com preço premium, comunicação seletiva ressaltando sua imagem, tem distribuição seletiva ou exclusiva. Tem tudo a ver com prestígio, cultura e política. De maneira subconsciente, serve para afirmar uma posição social, depende da história pessoal de cada indivíduo e de seu repertório, bem como seus valores, além de possuir dimensão econômica e social (Serraf, 1991).
Como o significado das coisas muda com o tempo, manter uma marca na categoria de bens de luxo não é tarefa fácil. As empresas lutam diariamente com imitações e falsificações que, do ponto de vista do consumidor, podem potencializar seu próprio capital social fazendo com que as pessoas se sintam pertencentes a um grupo seleto de consumidores de produtos de luxo.
Quando o sonho da aquisição se realiza, procuramos outro objeto de desejo, mesmo que fiquemos satisfeitos com a marca (Dubois, 1995). Neste caso, lealdade passa a ter muito mais a ver com atender as expectativas de maneira consistente do que qualquer outra definição.
Mas, como ampliar a divulgação de um produto crescendo em valor sem perder o caráter de exclusividade? Este é um dos grandes desafios que o mercado nos reserva. “Quanto mais associações favoráveis, fortes e exclusivas, melhor será para a marca”, afirma Strehlau.
Vale lembrar que o consumidor sempre quer melhorar seu autoconceito perante os outros utilizando marcas de prestígio. Na década de 50 e 70, a indústria do luxo estava diretamente relacionada com a alta-costura. A partir de 1980, o turismo e a gastronomia passaram a fazer parte deste roll de produtos, desejos e experiências na vida do consumidor. A moda em seu conceito mais amplo, é algo muito rápido, quase que instantâneo, e quando se torna comum passa a não ter mais valor, principalmente para os early adopters, aqueles que estão sempre à frente no consumo de bens de luxo.
Por fim, podemos dizer que o luxo tem a ver com distinção, raridade, independente da classe social, tem a ver com o perfil de consumo de cada indivíduo e sua relação com o grupo no qual faz parte ou pretende fazer. Compreender o estilo de vida e os gostos pessoais do nosso cliente é fundamental para atender quem busca produtos e serviços de alta qualidade no mercado.